Nesta quarta-feira (10), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu sinal verde para a união entre as gigantes Petz e Cobasi. Contudo, essa aprovação não ocorreu de forma simples. O órgão condicionou o negócio à assinatura de um Acordo em Controle de Concentração (ACC).
O que muda com o acordo do Cade
Basicamente, as empresas precisam “emagrecer” para finalizar a fusão. Desse modo, o acordo obriga o desinvestimento de ativos. Ou seja, Petz e Cobasi terão que vender lojas, marcas ou outras unidades de negócio. O objetivo, portanto, é evitar que a nova companhia se torne grande demais e prejudique a livre concorrência no mercado.
Além disso, o Conselho definiu obrigações comportamentais adicionais. Embora os detalhes ainda não sejam públicos, o presidente do Cade, Gustavo Augusto Freitas de Lima, classificou o pacote como “duro” e necessário.
Divergências no Tribunal
A decisão seguiu o voto do relator José Levi Mello do Amaral Jr. Ele destacou que, embora o arranjo não seja perfeito, ele cria um ambiente competitivo melhor do que o atual. “O ótimo é inimigo do bom”, afirmou Levi.
Por outro lado, a conselheira Camila Cabral votou contra a aprovação. Segundo ela, os estudos técnicos superestimaram a força dos concorrentes. Consequentemente, ela acredita que muitos problemas de mercado ainda persistirão, mesmo com os ajustes propostos.

Interesse da concorrência
Esse processo tramita desde meados de 2024. Inicialmente, a Superintendência-Geral havia aprovado a fusão sem restrições em junho, mas um recurso levou o caso ao tribunal administrativo.
Agora, novos jogadores entram em cena. A Petlove, terceira maior do setor, manifestou interesse na compra dos ativos que serão vendidos. A empresa, que antes pedia a reprovação da fusão, atualmente se vê como uma “candidata natural” para adquirir essas lojas, devido à sua capacidade operacional e força no digital. Pelo menos mais uma empresa também demonstrou interesse econômico na aquisição.
Fonte: Migalhas




