Palmeiras deve indenizar e reintegrar inspetor após acidente

O TRT-2 decidiu que o Palmeiras deve reintegrar um inspetor demitido logo após sofrer acidente de trabalho. Além disso, o clube terá de pagar indenização de R$ 50 mil por danos morais. A decisão saiu na 51ª Vara do Trabalho de São Paulo, sob responsabilidade da juíza Patricia Esteves da Silva.

Segundo a magistrada, a dispensa ocorreu em momento delicado, pois o funcionário ainda estava em tratamento e aguardava cirurgia. Dessa forma, o ato foi considerado discriminatório e ofensivo à dignidade do trabalhador.

Acidente de trabalho e demissão

O inspetor sofreu um acidente típico durante o expediente. Por conta disso, recebeu afastamento médico e já tinha cirurgia marcada para a semana seguinte. Mesmo assim, o clube decidiu romper o contrato.

Na defesa, o Palmeiras argumentou que não houve discriminação. Além disso, pediu perícia médica, acesso ao histórico clínico do empregado e questionou tanto o valor da causa quanto a validade da ação.

Juíza rejeita argumentos do clube

A magistrada descartou todos os pedidos apresentados. Ela destacou que o acidente ocorreu dentro do ambiente de trabalho e foi presenciado por outros funcionários. Ressaltou ainda que, no dia do ocorrido, o inspetor acumulava funções porque outro colega estava ausente. Por esse motivo, a juíza apontou a responsabilidade objetiva do clube, conforme previsto no Código Civil.

De acordo com a decisão, a dispensa não tinha outro objetivo além de impedir o afastamento necessário para a cirurgia. Assim, ficou evidente o caráter discriminatório da medida.

“A dispensa visou apenas impedir o afastamento médico, sendo nitidamente discriminatória e violadora dos princípios da dignidade da pessoa humana e dos valores sociais do trabalho”, afirmou a juíza.

Consequências da condenação

O processo não terminou apenas com a reintegração. A sentença também determinou que o clube pague:

  • salários retroativos desde a demissão;
  • indenização de R$ 50 mil por danos morais;
  • multa de 9% do valor da causa por litigância de má-fé, já que o Palmeiras insistiu em pedidos considerados desnecessários.

Com isso, a decisão reforça a importância de proteger o trabalhador em situações de fragilidade. Afinal, a dispensa durante tratamento médico não apenas prejudica a saúde física, mas também fere diretamente a dignidade humana.

Fonte: Migalhas

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