Na terça-feira (12), a Justiça da Paraíba atendeu a um pedido do Ministério Público da Paraíba (MP/PB) e suspendeu todos os perfis do influenciador Hytalo Santos nas redes sociais. Além disso, determinou o corte imediato da monetização de seus canais e proibiu qualquer contato dele com menores de idade.
Denúncia por “adultização” de menores
O caso ganhou força depois que o influenciador Felca publicou um vídeo de 50 minutos, no qual denunciou perfis que exploram crianças e adolescentes para gerar engajamento e lucro. Segundo ele, esses conteúdos incentivavam a adultização, exibindo namoros, danças sensuais e roupas com apelo sexual.
Hytalo Santos construiu sua fama ao criar “reality shows” com a participação de menores. No entanto, as críticas aumentaram devido ao teor sexual das publicações. Um dos exemplos mais comentados envolve Kamylinha Silva, que começou a aparecer nos vídeos aos 12 anos. Em 2025, aos 17, ela anunciou a gravidez de Hyago Santos, irmão de Hytalo, mas dias depois contou que sofreu um aborto espontâneo.
Medidas imediatas e investigações em andamento
O MP/PB não se limitou a pedir a suspensão das redes. O órgão também exigiu o afastamento imediato dos adolescentes que viviam com o influenciador e o bloqueio de qualquer interação entre ele e menores. Paralelamente, as autoridades investigam Hytalo por expor adolescentes a conteúdos de conotação sexual, o que pode resultar em acusações criminais.
Reação no Congresso e propostas de novas leis
Diante da repercussão nacional, o Congresso reagiu rapidamente. Em menos de sete dias, parlamentares apresentaram mais de 30 projetos de lei para proteger crianças e adolescentes no ambiente digital.
Entre as propostas, destaca-se o PL 2.628/22, do senador Alessandro Vieira. Esse texto obriga redes sociais a adotar mecanismos para impedir a erotização de menores e estabelece multas de até 10% do faturamento das plataformas que não cumprirem a lei. Além disso, o presidente Lula anunciou que enviará, nos próximos dias, um projeto próprio para regulamentar as big techs.
Ação contra empresa de premiações ligada ao influenciador
Na segunda-feira (11), o MP/PB, o Gaeco, o MPT e a Polícia Civil emitiram uma recomendação à Loteria do Estado da Paraíba (Lotep). O documento orienta a suspensão da autorização da empresa “Fartura Premiações”, divulgada pelo canal de Hytalo Santos.
Os órgãos exigem que a suspensão permaneça até o fim da ação civil pública ou até a interrupção completa das condutas irregulares. Caso a Lotep ignore a recomendação, as instituições poderão abrir processos judiciais e criminais contra os responsáveis.
Fonte: Migalhas